A cooperação estatística internacional deixou marca profunda no desenvolvimento do Sistema Estatístico Nacional e contribuiu, decisivamente, para que hoje se possa orgulhar de ter um sistema que funciona, que apesar existir ainda algumas dificuldades, tem vindo a responder satisfatoriamente as demandas.  Sobretudo, o Instituto Nacional de Estatística, Órgão central do Sistema Estatístico, conseguiu realizar grandes projetos estatísticos, graças ao apoio técnico e financeiro da cooperação internacional, assim como valorizou grandemente os seus técnicos através de formações em áreas de interesse do instituto.

Atualmente, com a nova conjuntura internacional, novas prioridades de cooperação, impõe ao INE refletir sobre o seu papel na cooperação estatísticas e traçar políticas estratégicas da cooperação. De um papel que poderá ser considerado de “recetor” exclusivo de ações de cooperação, aos poucos vem ganhando um protagonismo e exercendo um papel cada vez mais ativo nas relações de cooperação.

A cooperação técnica abarca principalmente a melhoria da capacidade técnico-institucional em diferentes áreas, que é notável nas relações estabelecidas com instituições congéneres na passagem de conhecimentos técnicos, que compreende a troca e desenvolvimento de know-how, especialização técnica, de forma a construir capacidades para a produção e uso das estatísticas.

Neste âmbito, destaca-se o papel importante da cooperação bilateral com algumas instituições, entre as quais o INE de Portugal, Espanha, IBGE do Brasil, STAEC de Luxemburgo, ISTAC das Canárias, INEI de Peru, ISTAT de Itália, Alto Comissariados do Plano de Marrocos, entre outras.

A cooperação com os Países da CPLP tem uma importância primordial para o INE, uma vez que contribuiu enormemente para o desenvolvimento da estatística em vários domínios, tais como a legislação, planeamento, classificações, conceitos e nomenclaturas, infraestruturas estatísticas, produção estatística, onde se destaca o índice de preços no consumidor (IPC), cartografia censitária, censos da população e contas nacionais.

O INE conta ainda com parceiros no financiamento da produção estatísticas entre as quais as Nações Unidas, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o Banco Mundial, a Cooperação Luxemburguesa,  Cooperação Espanhola e a União Europeia.

Em 2015, foi aprovado, na 46ª sessão da Comissão de Estatística das Nações Unidas, a criação do Grupo Praia em Estatística da Governança, em que Praia passou a ser centro das discussões mundiais ao nível das estatísticas de Governança para os próximos 5 anos. É de realçar que um City Group é uma plataforma de peritos que trabalham a metodologia de um determinado tema, e encontra-se sobre a proteção direta da Comissão de Estatística das Nações Unidas.

Neste mesmo ano, com o propósito de criar e monitorar um quadro de indicadores globais para supervisionar os objetivos e metas da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, o INE foi convidado a integrar o Inter Agency Expert Group on Sustainable Development Goals (IAEG-SDG), devido à ligação do Grupo de Praia ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 16. O Secretariado é garantido pela Divisão de Estatística das Nações e conta com 28 membros, sendo que o INECV é um dos membros.